
Comemora-se durante este ano de 2009, os 200 anos do nascimento do famoso naturalista britânico Charles Darwin. Por essa razão e para assinalar essa data, resolvi prestar esta singela homenagem escrevendo algumas linhas sobre a vida e a história do mais famoso cientista do seu século e um dos maiores da história.
A viagem que o jovem naturalista Charles Darwin realizou em 1831 abriu caminho a uma das teorias científicas mais influentes no pensamento moderno: a Teoria da Evolução das Espécies.A bordo da corveta Beagle, Darwin deu a volta ao globo recolhendo informações preciosas sobre a fauna em regiões que permaneciam inalteradas pela acção humana.
Charles Robert Darwin nasceu em 1809, na localidade de Shrewshury, no condado de Shropshire, na Inglaterra.
Depois de terminar os estudos secundários em 1825, Darwin ingressou na Universidade De Edimburgo para estudar medicina. Em 1827, por razões religiosas, abandonou a capital escocesa transferindo-se para Cambridge. Nesta universidade conheceu duas figuras eminentes do mundo da ciência: o geólogo Adam Sedgwick e o naturalista John Stevens Henslow, que lhe ensinaram a observar a natureza com um método rigoroso e a maneira de coleccionar espécimes. Depois de se licenciar, em 1831, com 22 anos, foi convidado, com a interferência de Henslow, para fazer parte da expedição do HMS Beagle, uma corveta preparada para uma viagem de investigação naturalista à volta do mundo.
A 27 de Dezembro de 1831, o HMS Beagle zarpou de Davenport rumo à América do Sul pois, antes de navegar para zonas de maior interesse naturalista, devia completar a ainda imprecisa cartografia da região. Comandava o navio o capitão Pringle Stokes, que contava entre os seus oficiais com o tenente Robert Fritz-Roy; eram ambos aristocratas de fortes convicções religiosas e esperavam que as descobertas de Darwin pudessem confirmar a veracidade do Génesis Bíblico. Darwin acalentava a mesma esperança.
A 4 de Abril de 1832, o Beagle ancorou na baía do Rio de Janeiro, um dos portos de maior actividade negreira e onde o fenómeno da escravidão impressionou deveras o naturalista, tal como o confirmou nos seus diários. Três meses depois, a corveta partiu para Montevideu, navegando depois para a Baía Branca, na Argentina, onde Darwin desenterrou ossos fossilizados de animais desconhecidos.
Robert Fritz-Roy era da opinião que se tratava de animais que não tinham conseguido salvar-se na Arca, mas Darwin sustentava que podiam ser animais impossibilitados de sobreviver às inconstantes alterações climatéricas, hipótese que avançou depois de descobrir conchas em zonas onde, aparentemente, nunca existira mar.
A 16 de Dezembro de 1832, a expedição alcançou a Terra do Fogo, onde o mau tempo obrigou o Beagle a enfrentar adversidades terríveis. Para dobrar o cabo Horn, o navio empenhou-se, durante um mês, numa penosa navegação contra o vento do oeste, e a violência de um temporal acabou por tresloucar o capitão Pringle Stokes que, confrontado com a perspectiva de ter de passar o Inverno naquela zona, se suicidou com uma pistola. W.C. Skyring, imediato de Stokes, assumiu o comando, mas, quando aportaram no Rio de Janeiro, o almirante Ottway, comandante-em-chefe daquele posto naval, nomeou o tenente Robert Fritz-Roy, de 23 anos de idade, capitão do Beagle.
Nos meses seguintes, capitaneado pelo jovem Fritz-Roy, o Beagle atravessou as águas da Patagónia e do estreito de Magalhães, navegando depois para norte, pelo litoral do Pacífico sul-americano, até Valparaíso. Enquanto Darwin levava a cabo uma expedição à cordilheira dos Andes, num percurso de 700 km, Fritz-Roy auxiliava um barco inglês que naufragara a sul de Concepción e cujos tripulantes corriam o perigo de serem atacados pelos indígenas. Nessa altura, o capitão do Beagle solicitou o comando do HMS Blonde, uma fragata de guerra britânica que se encontrava na zona, para acorrer em ajuda dos náufragos. Consideraram a sua actuação heróica já que, depois de uma viagem, conseguiu salvar todos os tripulantes.
No porto de Copiapó, o Beagle recolheu Darwin, que regressara carregado de especímenes e de cadernos com apontamentos. Depois zarpou rumo às ilhas Galápagos, uma das escalas mais importantes da viagem. A 16 de Setembro de 1835, a expedição desembarcou no arquipélago, que o jovem cientista descreveu como um dos lugares mais fascinantes para um naturalista. Nessas ilhas, Darwin levou a cabo observações da flora e da fauna, diferentes de tudo o que tinha visto até então e que se revelaram da maior importância para a sua investigação. Seriam, efectivamente, fundamentais para os seus estudos futuros e para a elaboração da sua teoria da evolução.
Depois de mais de dois meses de trabalho nas Galápagos, a expedição fez uma escala no Taiti, para, entre outras coisas, prestar homenagem à rainha Pomaré, antes de navegar até à Nova Zelândia, onde Darwin prosseguiu com os seus trabalhos. A 12 de Janeiro de 1836, a expedição chegou a Port Jackson, na Austrália, um país cujos aborígenes interessaram a Darwin enormemente.A seguir, o Beagle navegou até Sidney, Tasmânia e até à zona do cabo Leewin, regiões que permitiram a Darwin confirmar as teorias do geólogo Charles Lyell sobre a formação dos atóis coralinos, (a grande barreira de coral). A expedição dirigiu-se ao Índico, até à ilha de Cocos, situada a este de Java, para depois atravessar o oceano até à ilha Maurício e daí até ao cabo da Boa Esperança.
Depois de fazer escala nas ilhas de Santa Helena e de Ascención, e de uma estadia de um mês nas costas do Brasil (Pernambuco e Baía), para melhorar a cartografia da Royal Navy, o Beagle empreendeu a viagem de regresso até a Inglaterra, aportando em Falmouth a 12 de Outubro de 1836, ao cabo de quase cinco anos de viagem.
Depois das suas viagens, Darwin passou o resto da sua vida a desenvolver diversos aspectos de problemas apresentados na sua obra A Origem das Espécies no Meio da Selecção Natural.Alguns sectores científicos da época criticaram as teorias expostas em A Origem das Espécies, mas a reacção mais colérica foi do pensamento religioso ortodoxo.
A ideia de que os organismos vivos tivessem evoluído por processos naturais contradizia os dogmas bíblicos e situavam a humanidade num plano idêntico ao dos animais, coisa que a maioria dos teólogos da época não podia aceitar. Esta polémica acompanhou Darwin até à sua morte, em 1882.
A viagem que o jovem naturalista Charles Darwin realizou em 1831 abriu caminho a uma das teorias científicas mais influentes no pensamento moderno: a Teoria da Evolução das Espécies.A bordo da corveta Beagle, Darwin deu a volta ao globo recolhendo informações preciosas sobre a fauna em regiões que permaneciam inalteradas pela acção humana.
Charles Robert Darwin nasceu em 1809, na localidade de Shrewshury, no condado de Shropshire, na Inglaterra.
Depois de terminar os estudos secundários em 1825, Darwin ingressou na Universidade De Edimburgo para estudar medicina. Em 1827, por razões religiosas, abandonou a capital escocesa transferindo-se para Cambridge. Nesta universidade conheceu duas figuras eminentes do mundo da ciência: o geólogo Adam Sedgwick e o naturalista John Stevens Henslow, que lhe ensinaram a observar a natureza com um método rigoroso e a maneira de coleccionar espécimes. Depois de se licenciar, em 1831, com 22 anos, foi convidado, com a interferência de Henslow, para fazer parte da expedição do HMS Beagle, uma corveta preparada para uma viagem de investigação naturalista à volta do mundo.
A 27 de Dezembro de 1831, o HMS Beagle zarpou de Davenport rumo à América do Sul pois, antes de navegar para zonas de maior interesse naturalista, devia completar a ainda imprecisa cartografia da região. Comandava o navio o capitão Pringle Stokes, que contava entre os seus oficiais com o tenente Robert Fritz-Roy; eram ambos aristocratas de fortes convicções religiosas e esperavam que as descobertas de Darwin pudessem confirmar a veracidade do Génesis Bíblico. Darwin acalentava a mesma esperança.
A 4 de Abril de 1832, o Beagle ancorou na baía do Rio de Janeiro, um dos portos de maior actividade negreira e onde o fenómeno da escravidão impressionou deveras o naturalista, tal como o confirmou nos seus diários. Três meses depois, a corveta partiu para Montevideu, navegando depois para a Baía Branca, na Argentina, onde Darwin desenterrou ossos fossilizados de animais desconhecidos.
Robert Fritz-Roy era da opinião que se tratava de animais que não tinham conseguido salvar-se na Arca, mas Darwin sustentava que podiam ser animais impossibilitados de sobreviver às inconstantes alterações climatéricas, hipótese que avançou depois de descobrir conchas em zonas onde, aparentemente, nunca existira mar.
A 16 de Dezembro de 1832, a expedição alcançou a Terra do Fogo, onde o mau tempo obrigou o Beagle a enfrentar adversidades terríveis. Para dobrar o cabo Horn, o navio empenhou-se, durante um mês, numa penosa navegação contra o vento do oeste, e a violência de um temporal acabou por tresloucar o capitão Pringle Stokes que, confrontado com a perspectiva de ter de passar o Inverno naquela zona, se suicidou com uma pistola. W.C. Skyring, imediato de Stokes, assumiu o comando, mas, quando aportaram no Rio de Janeiro, o almirante Ottway, comandante-em-chefe daquele posto naval, nomeou o tenente Robert Fritz-Roy, de 23 anos de idade, capitão do Beagle.
Nos meses seguintes, capitaneado pelo jovem Fritz-Roy, o Beagle atravessou as águas da Patagónia e do estreito de Magalhães, navegando depois para norte, pelo litoral do Pacífico sul-americano, até Valparaíso. Enquanto Darwin levava a cabo uma expedição à cordilheira dos Andes, num percurso de 700 km, Fritz-Roy auxiliava um barco inglês que naufragara a sul de Concepción e cujos tripulantes corriam o perigo de serem atacados pelos indígenas. Nessa altura, o capitão do Beagle solicitou o comando do HMS Blonde, uma fragata de guerra britânica que se encontrava na zona, para acorrer em ajuda dos náufragos. Consideraram a sua actuação heróica já que, depois de uma viagem, conseguiu salvar todos os tripulantes.
No porto de Copiapó, o Beagle recolheu Darwin, que regressara carregado de especímenes e de cadernos com apontamentos. Depois zarpou rumo às ilhas Galápagos, uma das escalas mais importantes da viagem. A 16 de Setembro de 1835, a expedição desembarcou no arquipélago, que o jovem cientista descreveu como um dos lugares mais fascinantes para um naturalista. Nessas ilhas, Darwin levou a cabo observações da flora e da fauna, diferentes de tudo o que tinha visto até então e que se revelaram da maior importância para a sua investigação. Seriam, efectivamente, fundamentais para os seus estudos futuros e para a elaboração da sua teoria da evolução.
Depois de mais de dois meses de trabalho nas Galápagos, a expedição fez uma escala no Taiti, para, entre outras coisas, prestar homenagem à rainha Pomaré, antes de navegar até à Nova Zelândia, onde Darwin prosseguiu com os seus trabalhos. A 12 de Janeiro de 1836, a expedição chegou a Port Jackson, na Austrália, um país cujos aborígenes interessaram a Darwin enormemente.A seguir, o Beagle navegou até Sidney, Tasmânia e até à zona do cabo Leewin, regiões que permitiram a Darwin confirmar as teorias do geólogo Charles Lyell sobre a formação dos atóis coralinos, (a grande barreira de coral). A expedição dirigiu-se ao Índico, até à ilha de Cocos, situada a este de Java, para depois atravessar o oceano até à ilha Maurício e daí até ao cabo da Boa Esperança.
Depois de fazer escala nas ilhas de Santa Helena e de Ascención, e de uma estadia de um mês nas costas do Brasil (Pernambuco e Baía), para melhorar a cartografia da Royal Navy, o Beagle empreendeu a viagem de regresso até a Inglaterra, aportando em Falmouth a 12 de Outubro de 1836, ao cabo de quase cinco anos de viagem.
Depois das suas viagens, Darwin passou o resto da sua vida a desenvolver diversos aspectos de problemas apresentados na sua obra A Origem das Espécies no Meio da Selecção Natural.Alguns sectores científicos da época criticaram as teorias expostas em A Origem das Espécies, mas a reacção mais colérica foi do pensamento religioso ortodoxo.
A ideia de que os organismos vivos tivessem evoluído por processos naturais contradizia os dogmas bíblicos e situavam a humanidade num plano idêntico ao dos animais, coisa que a maioria dos teólogos da época não podia aceitar. Esta polémica acompanhou Darwin até à sua morte, em 1882.


